O Fundo Vale, associação civil sem fins lucrativos mantida pela Vale, destinou R$ 5,65 milhões para apoiar negócios da agricultura familiar sustentável e do extrativismo do país, afetados pela pandemia do novo coronavírus. Do total, R$ 4 milhões serão destinados a uma linha de crédito emergencial com operações entre R$ 50 mil a R$ 200 mil. Os outros R$ 1,65 milhão são recursos não-reembolsáveis, usados em um pacote de serviços oferecidos com o financiamento.
O objetivo da iniciativa, coordenada pelo Instituto Conexsus, é beneficiar 450 negócios comunitários em todo o Brasil, impactando diretamente 500 mil produtores familiares e extrativistas. A taxa de juros da linha de crédito é de 6% ao ano e o prazo de reembolso, de dois anos, com até 12 meses de carência. A chamada está aberta para receber propostas até o dia 30 deste mês pelo link www.conexsus.org/plano-de-resposta-ao-covid-19/.
A ação é parte do Plano de Resposta Socioambiental desenvolvido pela Conexsus, em parceria com o Fundo Vale, a União Nacional das Cooperativas de Agricultura Familiar e Economia Solidária (Unicafes), o Conselho Nacional de Populações Extrativistas (CNS), e conta com o apoio da rede de supermercados Pão de Açúcar, por meio do Instituto GPA, da Fundação Arymax, Fundação Good Energies e Climate and Land Use Aliance (CLUA).
Além do crédito, os negócios comunitários que acessarem a linha terão durante toda a vigência do contrato direito a um pacote de benefícios, como assessoria nas áreas de gestão financeira e jurídica; comercialização; apoio ao acesso a políticas públicas, como o Pronaf (Programa de Fortalecimento da Agricultura Familiar); e a recursos não-reembolsáveis no valor de até R$ 10 mil.
“O Fundo Vale apoiou a iniciativa não apenas por se tratar de um auxílio financeiro emergencial, mas também pela possiblidade de se ofertar uma assistência técnica e um apoio à gestão dos negócios que permitem fortalecer essas instituições, olhando exatamente para a sua sustentabilidade”, explica a diretora de Operações do Fundo Vale, Patrícia Daros.
A dificuldade de acessar linhas de créditos oficiais e de receber apoio financeiro que muitas cooperativas e associações de produtores familiares e extrativistas encontram somam-se ao impacto econômico em seus negócios provocados pela disseminação da Covid-19 no interior do país. No campo, pode haver perda significativa de renda para pequenos produtores, aumento da vulnerabilidade social e da insegurança alimentar, por conta da suspensão de feiras livres e de contratos de fornecimento para escolas públicas, perda de produção, quebra de estrutura de logística e distribuição. Nas florestas, há alto risco de aumento em atividades ilegais ligadas ao desmatamento e à degradação das florestas e biomas.
Os recursos da linha de crédito emergencial serão geridos pelo Fundo Socioambiental Conexsus. O crédito é direcionado a associações produtivas, cooperativas de produção e centrais de cooperativas da agricultura familiar, do extrativismo sustentável e da pesca artesanal. A chamada está aberta para propostas de todo o Brasil e irá priorizar negócios comunitários em Unidades de Conservação de Uso Sustentável, Terras Indígenas, Terras Quilombolas e aqueles localizados no bioma Amazônia.
Os recursos podem ser usados para repor o capital de giro, um dos principais problemas identificados em levantamento realizado pela Conexsus com mais de 100 negócios comunitários, e também como aval para o acesso a linhas de crédito rural do Pronaf. Há três faixas de crédito disponíveis. Organizações com faturamento anual de até R$ 1,2 milhão podem solicitar crédito de até R$ 50 mil. Na faixa de faturamento anual entre R$ 1,2 milhão e R$3,6 milhões, o limite é de R$ 120 mil. E para as organizações com faturamento anual acima de R$3,6 milhões, o crédito emergencial pode ser de até R$ 200 mil reais.
Fonte: Vale.com