Depois do grande sucesso em Tiradentes, no mês de abril, o Festival Estrada Real seguirá para outras duas cidades históricas mineiras: Ouro Preto e Mariana. O evento celebra a diversidade da música e do folclore brasileiro, visitando os seus principais autores, transitando pelos chorinhos, modinhas e lundus, passando pelos períodos colonial e imperial, e chegando aos dias atuais. 

Durante três dias, 20, 21 e 22 de maio, sexta  a domingo, o público irá assistir, com entrada franca, shows com grandes atrações da música instrumental, como Toninho Horta, Nivaldo Ornelas e Kiko Continentino, Marcel Powell e Juarez Moreira, além de talentosos músicos locais, como o grande violeiro Chico Lobo, o Quarteto Áurea Música, o grupo barroco Arandela, a música antiga do Modus Novus, a Sociedade Musical São Sebastião e a organista e cravista Josinéia Godinho. 

Os recitais acontecem nas igrejas barrocas, museus e monumentos históricos da Estrada Real, em um inesquecível encontro da História com a Arte e a Música. 

Idealizado pelo produtor Leonardo Conde, da VFC Produções, e com o patrocínio do Instituto Cultural Vale, através da Lei Federal de Incentivo à Cultura, o Festival Estrada Real é franqueado ao público e segue todos os protocolos de segurança da Covid -19 determinados pelos municípios e pela OMS. Toda a programação do evento pode ser acessada através do site www.festivalestradareal.com.

Veja a programação:

OURO PRETO

20 de maio, sexta-feira:

18h – Áurea Música – Igreja de São Francisco de Assis

Foto: Divulgação

O quarteto é formado pelas instrumentistas Salomé Viegas (flauta), Maria Amélia Viegas (cravo/órgão), Elisabete Mendonça (soprano) e Ana Júlia Chinelato (violoncelo). Todas têm formação erudita, são herdeiras de uma tradição musical centenária da região e se dedicam ao estudo e interpretação de músicas do Período Colonial Mineiro e Barroco Europeu. Salomé é mestre em Performance Musical pela UFMG, Maria Amélia é mestre pela UNI-RIO, Elisabete leciona no Conservatório Estadual de São João del Rei e Ana Júlia é bacharel em Violoncelo pela UFJF e mestranda na UFSJ.

20h – Toninho Horta – Casa da Ópera – *Entrada por ordem de chegada

Foto: Paulo Ti

Vindo de família de músicos – seu avô, o maestro João Horta foi destaque entre os compositores de música sacra e popular no período barroco mineiro – Toninho Horta teve as primeiras aulas de violão com sua mãe Geralda, que era bandolinista, e seu irmão Paulo contrabaixista. Na adolescência, compôs suas primeiras canções, acompanhou cantoras na TV Itacolomy e se destacou entre os jovens músicos de sua geração. Morando no Rio de Janeiro a partir dos anos 70, tornou-se bastante conhecido nas rodas do meio artístico, com uma performance pessoal, composições inventivas e sofisticada harmonia. Em 1970, integrou a banda de Elis Regina e, em 1072,  participou em várias faixas no LP  “Clube da Esquina”, de Milton Nascimento com os seus amigos músicos e compositores. Em 1974, integrou o grupo “Som Imaginário” que ao lado de Milton e orquestra gravaram o histórico álbum duplo ao vivo “Milagres dos Peixes”. Já dividiu o palco, gravou ou excursionou com Pat Metheny, Flora Purim, Nana Caymmi, Maria Bethânia, Rudi Berger, Jack Lee, Gil Goldstein, Ronnie Cuber, Nicola Stilo, Gal Costa, Djavan, Danilo Caymmi, Dori Caymmi, Flávio Venturini, Joyce Moreno, Tom Lellis, Alaíde Costa, Wagner Tiso, Ivan Lins e Edu Lobo. Toninho leva na bagagem cerca de 30 discos gravados, e é considerado um dos maiores guitarristas de jazz do mundo.

21 de maio, sábado:

16h 30 – Quarteto Arandela – Igreja São José

Foto: Divulgação

O Grupo Arandela de Música Barroca foi criado em 2009 com o objetivo de oferecer ao público um espetáculo singular: a audição das obras dos compositores dos séculos XVII e XVIII com instrumentos de época (réplicas de originais tocados no período), permitindo a rara oportunidade de se ouvir a música de grandes compositores com a sonoridade para a qual ela foi criada. Com grande versatilidade, o quarteto se apresenta  em bares, restaurantes, casamentos, concertos, solenidades, palestras, recepções, convenções, saraus musicais e literários.

20h – Nivaldo Ornelas e Kiko Continentino – Casa da Ópera – *Entrada por ordem de chegada

Foto: Leandro Marins

Saxofonista, flautista, compositor e arranjador, Nivaldo Ornelas foi um dos fundadores do Berimbau Jazz Clube, ponto de encontro dos músicos mineiros nos anos 60. Logo depois, participou do Clube da Esquina, assinando os solos de mais de 40 composições de Milton Nascimento, Toninho Horta e Wagner Tiso. Participou dos principais festivais de jazz nos Estados Unidos e Europa, e excursionou com Egberto Gismonti, Paulo Moura e Hermeto Pascoal. Sua arte abrange também composições para cinema, teatro e balé. 

Pianista, tecladista, compositor, arranjador e produtor musical, o belorizontino radicado em Niterói Kiko Continentino tem nove álbuns instrumentais lançados e faz parte do legendário Azymuth, desde 2015, ocupando a vaga deixada por José Roberto Bertrami. Trabalhou em palco e estúdio com alguns dos maiores nomes da MPB, do jazz e da pop music. Seu nome é citado na obra de escritores e críticos como Ruy Castro, José Domingos Raffaelli, Willie Woopper (Japão), Mark Houlston e Brian Zorak (EUA).

22 de maio, domingo:

11h – Josinéia – Igreja do Rosário

Foto: Divulgação

Organista e cravista nascida na capital paulista, Josinéia Godinho formou-se Bacharel em Órgão na Faculdade Santa Marcelina. Permaneceu vários anos na Alemanha, onde obteve seus diplomas em Música Sacra e Órgão na Escola Superior de Música e Teatro de Hamburgo. Desenvolveu também atividades como regente e camerista, fazendo apresentações na Holanda e Japão. Desde agosto de 2000, está radicada na cidade de Mariana, colaborando na apresentação dos concertos do órgão Arp Schnitger da Catedral da Sé. 

MARIANA

20 de maio, sexta-feira:

18h 30 – Modus Novus – Igreja do Carmo 

Foto: Claudia Lima

O grupo, formado por André Gomes (flauta transversal barroca), Waldir G. Filho (violino barroco), Bruno Cruz (espineta) e Daniel Tamieti (violoncelo barroco), dedica-se às práticas de execução da chamada Música Antiga (séc. XVII e XVIII), através do uso de réplicas de instrumentos da época. Tem como inspiração a beleza que emana deste repertório, e como fio condutor a pesquisa de fontes históricas de interpretação.  Estabelece parcerias com o grupo vocal Seconda Prattica Ensemble, contando, neste concerto, com a participação da cantora, musicista e pesquisadora Liz Xavier. 

21 de maio, sábado:

16h – Áurea Música – Igreja da Confraria

Foto: Divulgação

O quarteto é formado pelas instrumentistas Salomé Viegas (flauta), Maria Amélia Viegas (cravo/órgão), Elisabete Mendonça (soprano) e Ana Júlia Chinelato (violoncelo). Todas têm formação erudita, são herdeiras de uma tradição musical centenária da região e se dedicam ao estudo e interpretação de músicas do Período Colonial Mineiro e Barroco Europeu. Salomé é mestre em Performance Musical pela UFMG, Maria Amélia é mestre pela UNI-RIO, Elisabete leciona no Conservatório Estadual de São João del Rei e Ana Júlia é bacharel em Violoncelo pela UFJF e mestranda na UFSJ.

18h  – Marcel Powell e Juarez Moreira – Teatro Municipal de Mariana 

Foto: Divulgação

Filho do violonista e compositor Baden Powell e irmão do pianista Philippe Baden Powell, Marcel Powell aprendeu a tocar violão em Baden Baden, na Alemanha, local onde morou com a família até fixar residência no Brasil. Realizou diversos shows por aqui e no exterior, ao lado do pai. Aos 12 anos, gravou o CD “Baden Powell e filhos” contendo, entre outras, sua composição com Baden “Prelúdio das diminutas”. Formou, com o irmão, a Banda Powell, apresentando-se em inúmeros espaços culturais.

A música entrou muito cedo na vida de Juarez Moreira, mineiro de Guanhães, por influência do pai. Violonista, guitarrista, compositor e arranjador, é reconhecido como um dos maiores talentos do violão brasileiro. Com extensa trajetória na música instrumental, apresentou-se ao lado de grandes nomes da música brasileira como Egberto Gismonti, Ivan Lins, Milton Nascimento, Yamandu Costa, Naná Vasconcelos, Wagner Tiso, Toninho Horta, Maria Bethânia, Gal Costa, entre outros.

22 de maio, domingo:

11h – Banda de São Sebastião – Praça dos Jardins

Foto: Divulgação

Com 112 anos de existência, a Sociedade Musical São Sebastião é composta por 55 músicos, 95% deles formados musicalmente dentro da Sociedade. Sob a regência do Maestro Daltro de Paula Novais – autor de várias obras musicais – a banda, além da atuação em eventos locais, tem abrilhantado inúmeras localidades brasileiras, participando de festas religiosas, civis e particulares. Atualmente, o presidente e músico Carlos Roberto da Silva tem sob sua responsabilidade uma corporação musical composta por homens e mulheres cujas idades variam entre 8 e 95 anos

18h – Chico Lobo – Teatro Municipal de Mariana

Foto: Élcio Paraíso

Reconhecido como um dos mais atuantes violeiros do cenário brasileiro, foi agraciado, recentemente, pela quarta vez com o Prêmio (nacional) “Profissionais da Música”, como Melhor Artista Intérprete da Cultura Popular. Natural de São João del Rei, Chico Lobo se apresenta por todo Brasil e outros países, incluindo Itália, Canadá, Chile, Colômbia, Portugal e China.  É cantado por Maria Betânia e já dividiu o palco com  artistas como Renato Teixeira, Zé Geraldo,  Xangai,  Borghettinho e Pena Branca entre outros. Seu próximo CD, “O Tempo é Seu Irmão”, conta com as presenças de Kleiton e Kledir, Tetê Espindola, Luiz Caldas e Sérgio Andrade da Banda de Pau e Corda do Recife (PE).

“FESTIVAL ESTRADA REAL”  – OURO PRETO E MARIANA

Dias 20, 21 e 22 de maio – sexta a domingo

Entrada franca

Classificação indicativa: livre

Concepção e coordenação do projeto: Leonardo Conde

Patrocínio: Instituto Cultural Vale