Belo Horizonte recebe a exposição “Imagens que não se conformam”, que reúne peças da coleção do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB) e trabalhos de artistas contemporâneos. A exposição ficará em cartaz até 10 de março de 2024 no Memorial Minas Gerais Vale, localizado na Praça da Liberdade, 640, e já pode ser visitada.
Realizada pelo Ministério da Cultura, Instituto Cultural Vale e Instituto Odeon, por meio da Lei Federal de incentivo à Cultura, a mostra apresenta ao público peças e obras raras e significativas do acervo do IHGB que remetem aos períodos colonial, imperial e republicano do Brasil, e trabalhos de artistas mineiros contemporâneos, propondo um diálogo profundo acerca da desconstrução das narrativas históricas já constituídas. Com curadoria de Paulo Knauss e co-curadoria local de Fabíola Rodrigues em Minas Gerais, a itinerância que passou ainda por Pará e Maranhão reflete o trabalho de articulação do Instituto Cultural Vale na busca pela descentralização e integração das diversas manifestações culturais por todo o país.
Essa experiência, que circulou o Brasil ao longo de 2023, é baseada no diálogo entre o antigo e o novo, a exposição conta com curadores e artistas das respectivas localidades, reconhecendo assim a diversidade da produção contemporânea e inventariando a multiplicidade de visões sobre a história do Brasil. “Encerrar a itinerância em Minas Gerais é uma espécie de ‘volta para casa’. O novo e o antigo estão em constante diálogo na arte produzida em Minas. Em um mesmo estado, temos grandes museus dedicados às artes moderna e contemporânea convivendo lado a lado à secular arte barroca das cidades coloniais”, comenta Carlos Gradim, presidente do Instituto Odeon, idealizador e realizador da itinerância.
A exposição também marca a “volta para casa” do crânio do homem de Lagoa Santa, uma das raridades da coleção do IHGB. Descoberto em pesquisas paleontológicas realizadas entre 1801 e 1890 pelo dinamarquês Peter Wilhelm Lund nas grutas de Minas Gerais, o crânio é um símbolo da história da ciência no Brasil do século XIX. “Esta será a primeira vez que o crânio será exposto em Minas Gerais desde a sua descoberta. Isso é motivo de uma satisfação imensa para o IHGB! Os mineiros poderão ver de perto uma peça importantíssima que remonta ao seu passado mais distante”, detalha Paulo Knauss, sócio titular e vice-presidente do IHGB, além de curador da exposição.
Em Belo Horizonte, a exposição apresentará uma seleção de notáveis artistas, cada um trazendo uma abordagem única por meio de linguagem pictórica, instalação e performance. Yanaki Herrera explora as complexidades da migração, do folclore e da maternidade, envolvendo a memória e a crítica decolonial em suas obras. Massuelen Cristina desenvolve suas obras em torno das etnografias do rito, considerando tempo e espaço como elementos de desenvolvimento de narrativas simbólicas, bem como as iconografias que interligam corpo e território. Marcel Diogo é amplamente reconhecido por seus trabalhos que exploram questões políticas e a interseção entre o indivíduo e a imagem. Por fim, Froiid, por meio de seus objetos, ações e instalações, elabora conexões entre o jogo, a malandragem, a arte e a cultura periférica brasileira. “Cada um desses artistas oferece uma perspectiva única que contribuirá para a riqueza e diversidade da exposição”, ampliando o diálogo com a coleção do IHGB com contextos atuais da nossa história, explica Wagner Tameirão, diretor do Memorial Minas Gerais Vale.
A estreia da exposição aconteceu em 2021, quando esteve em cartaz no Museu de Arte do Rio (MAR), onde o diálogo aconteceu com artistas cariocas.
Serviço
Exposição “Imagens que não se conformam”
De 28 de novembro de 2023 a 10 de março de 2024 no Memorial Minas Gerais Vale
Endereço: Praça da Liberdade, 640 – Savassi, Belo Horizonte (MG).
Horário de funcionamento: Terça, quarta, sexta e sábado: das 10h às 17h30, com permanência até as 18h. Quinta, das 10h às 21h30, com permanência até as 22h. Domingo, das 10h às 15h30, com permanência até as 16h. Entrada Gratuita
Sobre o Instituto Odeon
O Instituto Odeon é uma Organização Social da Cultura (OSC), sem fins lucrativos, que atua na gestão cultural há mais de 25 anos. Atualmente é gestora do Museu da Diversidade Sexual de São Paulo, correalizadora do projeto artístico do Museu de Arte do Rio, além de gerir o Circuito Municipal de Cultura de Belo Horizonte e a Itinerância da exposição Imagens que não se conformam. Organização Social responsável pela inauguração do Museu de Arte do Rio, em março de 2013, o Odeon atua na gestão artística e cultural em diversas cidades do Brasil.
Sobre o Instituto Cultural Vale
O Instituto Cultural Vale parte do princípio de que viver a cultura possibilita às pessoas ampliarem sua visão de mundo e criarem perspectivas de futuro. Tem um importante papel na transformação social e busca democratizar o acesso, fomentar a arte, a cultura, o conhecimento e a difusão de diversas expressões artísticas do nosso país, ao mesmo tempo em que contribui para o fortalecimento da economia criativa.
São mais de 600 projetos criados, apoiados ou patrocinados em 24 estados e no Distrito Federal. Dentre eles, uma rede de espaços culturais próprios, patrocinados via Lei Federal de Incentivo à Cultura, com visitação gratuita, identidade e vocação únicas: Memorial Minas Gerais Vale (MG), Museu Vale (ES), Centro Cultural Vale Maranhão (MA) e Casa da Cultura de Canaã dos Carajás (PA). Onde tem Cultura, a Vale está. Visite o site do Instituto Cultural Vale: institutoculturalvale.org
Sobre o Memorial Minas Gerais Vale
O Memorial Minas Gerais Vale, um dos espaços culturais do Instituto Cultural Vale, já recebeu mais de 1,1 milhão de pessoas, de todos os lugares do Brasil e de outros continentes. São mais de 1.600 eventos realizados e cerca de 200 mil pessoas em visitas mediadas. Integra o Circuito Liberdade, em Belo Horizonte, um dos maiores complexos de cultura do Brasil. Caracterizado como um museu de experiência, com exposições que utilizam arte e tecnologia de forma intensa e criativa, é um dos vencedores do Travellers’ Choice Awards do TripAdvisor. Na curadoria e museografia de Gringo Cardia, cenários reais e virtuais se misturam para criar experiências e sensações que levam os visitantes do século XVIII ao século XXI. Mais que um espaço dedicado às tradições, origens e construções da cultura mineira, o Memorial é um lugar de trânsito e cruzamento entre a potência da história e as pulsações contemporâneas da arte e da cultura, onde o presente e o passado estão em contato direto, em permanente renovação. É vivo, dinâmico, transformador e criador de confluências com artistas independentes e com diversos segmentos da cultura mineira.
Fonte: Assessoria Memorial Vale
Imagem Destaque: LÜTZEN, Niels Aagaard. Homem tupinambá. oleo sobre tela. cópia encomendada pelo imperador d. Pedro II, depois de ver original de Albert Eckhout