Em consonância com os Objetivos da Declaração da ONU, a iniciativa visa sobretudo autonomia e empoderamento dos povos

O Programa Indígena de Permanência e Oportunidades na Universidade (PIPOU), promovido pela Vale e o Instituto Sociedade População e Natureza (ISPN), anunciam os 62 selecionados da edição de 2022/23, que passarão a receber uma bolsa de R$ 1 mil/mês para apoiar sua permanência em Instituições de Ensino Superior (IES). Nesta segunda edição, independentemente de ter relacionamento com a Vale ou não, estudantes de 30 cursos, 16 IES e 32 povos, distribuídos em 30 Terras Indígenas e outras localidades, em 12 estados do país. Assim, o programa ganha maturidade e escala, garantindo cada vez mais diversidade e pluralidade. No total, já são 100 indígenas apoiados pelo PIPOU desde seu lançamento, em 2021. Conheça o resultado aqui.

A seleção levou em conta a trajetória de vida e o compromisso de cada um com o curso de adesão e com seu povo e território. A duração da bolsa é de um ano, podendo ser puxada, mediante comprovação de desempenho.

A iniciativa visa sobretudo fomentar a autonomia e o empoderamento dos povos indígenas. Por isso, além do auxílio financeiro e um notebook, o PIPOU oferece acompanhamento pedagógico e atividades extracurriculares, como reforço de disciplinas em que eventualmente um aluno tenha dificuldade e debates periódicos com um colegiado formado por especialistas indígenas e não indígenas, alunos beneficiários, assim como representantes da Vale e do ISPN.O intuito dos encontros é promover a discussão de temas relevantes, entre as questões ambientais e o acesso dos indígenas aos seus direitos de propriedade. Outro objetivo é fortalecer as iniciativas de ações afirmativas para indígenas nas Instituições de Ensino Superior do país.

Alinhamento aos Objetivos da ONU

O PIPOU está em consonância com os objetivos da Declaração da ONU sobre os Direitos dos Povos Indígenas, principalmente em relação ao artigo 14. em seus próprios idiomas, respeitando seus métodos culturais de ensino e aprendizagem.

Para Camilla Lott, diretora de Sustentabilidade da Vale, este é um dos meios que desenvolveram para fortalecer a autonomia dos indígenas.“Esse projeto está em linha com a nossa busca pela mineração sustentável, que se baseia no relacionamento construtivo, de benefícios mútuos e no respeito aos direitos dessas pessoas, como a educação”.

Sobre o colegiado
Cabe destacar que todo o programa é acompanhado por um colegiado permanente formado por especialistas e não indígenas que também prestam apoio na estruturação do programa. A instância que reúne professores de universidades públicas, representantes do movimento de estudantes indígenas no Brasil e discentes do PIPOU, além de representantes do ISPN e da Vale.

“O PIPOU vai muito além da questão financeira.Com esse colegiado de peso, formado por grandes especialistas indígenas e não indígenas, podemos contribuir para a formação de jovens mais conscientes, críticos e empoderados”, destaca Camilla.

Sobre o relacionamento da Vale com indígenas

A Vale revisou sua forma de atuação com povos indígenas, com o objetivo de ampliar o engajamento na pauta e atuar com foco no apoio e promoção dos direitos desses povos, no registro e valorização da cultura indígena e no fortalecimento faça seu protagonismo. A iniciativa do PIPOU está em linha também com a Ambição Social da Vale, que tem como uma das metas colaborar com as comunidades indígenas vizinhas a todas as operações da empresa na elaboração e execução de seus planos em busca de direitos previstos na Declaração da ONU sobre os Direitos dos Povos Indígenas.As ações da empresa visam o etnodesenvolvimento, a valorização sabíamos, além da proteção às florestas.

Sobre o ISPN

O Instituto Sociedade, População e Natureza-ISPN é uma organização da sociedade civil sem fins lucrativos, que há 32 anos atua pelo desenvolvimento aliado à equidade social e equilíbrio ambiental, por meio do fortalecimento dos meios de vida projetados e estratégias de adaptação e mitigação às mudanças do clima. Tem como foco a valorização dos saberes, das práticas locais e das organizações comunitárias, além de apoiar a inclusão sócio-produtiva como forma de proteger e garantir os direitos dos indígenas, comunidades tradicionais e familiares familiares.

Dentro da estrutura do Programa PIPOU, o ISPN é responsável pela sua implementação técnica, articulando as instâncias internas para que seu funcionamento tenha êxito e participação igualitária de todas as partes envolvidas. Conforme Fábio Vaz, coordenador executivo do ISPN, a educação é fundamental na luta dos movimentos sociais na defesa dos seus direitos e na diminuição das desigualdades entre os que viviam historicamente marginalizados. “Dessa forma, o PIPOU se configura numa força estratégica para que os/as estudantes indígenas realizem as suas graduações com sucesso e contribuam cada vez mais para melhoria da qualidade de vida dos seus povos e territórios”, avalia o coordenador.