Itabira e outras 17 cidades da região concordaram em aderir à fase mais restritiva do programa Minas Consciente. A chamada Onda Roxa passa a valer a partir da próxima segunda-feira (8) em Itabira e foi motivada pelo agravamento da pandemia e, principalmente, pelo risco iminente de desassistência nos leitos de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) específicos para Covid-19 na rede de saúde itabirana, que é referência para os municípios vizinhos.
A Onda Roxa do Minas Consciente foi criada para contemplar medidas mais severas de restrição, como toque de recolher das 20h às 5h e aos finais de semana e anunciada pelo governador Romeu Zema em coletiva na cidade administrativa na última quarta-feira.
O fechamento dos serviços e atividades não essenciais será mantido, inicialmente, pelo prazo de 15 dias, segundo decidiram os prefeitos. Em Itabira, o decreto municipal que determina as novas medidas será publicado no Diário Oficial do Município também na segunda.
Nos últimos dias, houve aumento significativo do número de infectados e hospitalizados em Itabira e região. Cabe ressaltar que os leitos do Sistema Único de Saúde (SUS) disponíveis na cidade também estão a serviço de outros 13 municípios que pertencem à microrregião de Itabira. Nesta sexta-feira, o percentual de leitos ocupados (SUS e convênios) no município se aproximou dos 100%, o que significaria o colapso na rede de atendimento.
“Precisamos agir agora para frear esta crise. É um momento muito grave. Se não fizermos uma restrição dura agora, vamos colapsar. É importante dizer que não nos agrada ter que mexer nos setores econômicos. No entanto, temos que ser realistas: o bem maior que existe é a vida humana. Se enquanto sociedade não conseguimos conter o avanço da covid-19 no município, enquanto poder público temos a obrigação e a responsabilidade de intervir para evitar um mal maior”, declarou Marco Antônio Lage.
Situação grave
Nos últimos dois meses, houve um sério avanço da infecção por coronavírus em Itabira. Somente entre janeiro e fevereiro, 3.307 cidadãos contraíram covid-19. O número de óbitos também aumentou: foram 12 mortes em janeiro; 21 mortes em fevereiro e quatro em março. Isto significa que, apenas nos primeiros três primeiros meses de 2021, Itabira já perdeu 37 vidas para a covid-19. O número de óbitos desde o começo da pandemia é de 81 pessoas.
Nas últimas 48 horas, mais de 240 itabiranos foram contaminados, o maior avanço diário desde a pandemia. Outra notícia grave é que infectologistas acreditam que a nova variante da covid-19 detectada no Brasil, considerada mais contagiosa, já pode estar circulando na região.
Cidades que aderem à Onda Roxa
Além de Itabira, também definiram pela adesão à Onda Roxa os seguintes municípios: Rio Piracicaba, Nova Era, Bom Jesus do Amparo, Bela Vista de Minas, Itambé do Mato Dentro, Barão de Cocais, Ferros, São Gonçalo do Rio Abaixo, Santa Maria de Itabira, Catas Altas, Santa Bárbara, Morro do Pilar, Passabém, Alvinópolis, São Domingos do Prata, Dom Silvério e Sem Peixe.
Principais restrições da Onda Roxa:
– Funcionamento apenas do serviço essencial;
– Suspensão de cirurgias eletivas;
– Restrição de circulação de pessoas (só poderão sair de casa para atividades essenciais);
– Toque de recolher das 20h às 5h e aos finais de semana;
– Proibição de pessoas sem máscara em qualquer espaço público ou de uso coletivo, ainda que privado;
– Proibição de circulação de pessoas com sintomas de gripe, a menos que estejam indo para consulta médica;
– Proibição de eventos públicos ou privados;
– Proibição de reuniões presenciais, inclusive entre parentes que não morem na mesma casa;
– Implantação de barreiras sanitárias de vigilância;
– Fechamento de bares e restaurantes (funcionamento apenas por delivery);
São considerados serviços essenciais pela Onda Roxa:
– Alimentos, Agropecuária e Agroindústria (excluídos bares e restaurantes);
– Serviços de Saúde (atendimento, indústrias, veterinárias, etc);
– Bancos e seguros;
– Transporte público;
– Energia, gás, petróleo, combustíveis e derivados;
– Manutenção de equipamentos e veículos;
– Construção civil;
– Indústrias (apenas da cadeia de Atividades Essenciais);
– Lavanderias;
– Imprensa;
– Serviços de TI, dados, imprensa e comunicação;
– Serviços de interesse público (água, esgoto, funerário, correios etc.).